quinta-feira, 3 de julho de 2014

Análise da Publicidade O Boticário.




A Marca O Boticário é uma marca de cosméticos e produtos de beleza muito conhecida no Brasil. Essa campanha é um pouco antiga mas eu considero muito criativa e que, de fato, conseguiu atingir o objetivo, já que fez muito sucesso na época.
Essa campanha fazendo referencia as princesas da Disney brinca com a ideia por trás de cada história, conseguindo contudo, traze-las um pouco para a atualidade. Essa peça da Branca de neve tem a seguinte frase: "Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja não por ter conhecido o sete anões. Mas vários morenos de 1.80m", e consegue dialogar muito bem com a imagem de uma mulher poderosa, que ignora a inveja representada pela maça. O Pathos é essa ideologia de poder, de sensualidade e atração que a mulher, mesmo que de um conto de fadas, romântica, delicada possui.
A publicidade e a campanha como um todo é bem coesa entre suas diversas peças, condizentes com a marca e com o que ela procura passar e muito bem feita. Consegue gerar identificação no publico alvo de maneira divertida, criativa e dentro de uma intertextualidade que foi bem explorada.
É interessante falar também sobre o slogan da empresa que era: "Você pode ser o que quiser" - que conversa muito bem com a ideia principal da publicidade e da própria missão e valor que a marca tem.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Pierre Lévy - A Emergência da Interação Cibernética

 O espaço cibernético onde funciona a sociedade atual é o novo espaço de interação humana que já possui importância no plano econômico e científico. Importância que certamente vai ampliar-se e estender-se a outros campos como Saúde, Pedagogia, Estética, Arte e Política. O espaço cibernético é a instauração de uma rede de todas as memórias informatizadas e de todos os computadores. Textos, imagens e músicas produzidos no computador são cada vez mais conservados sob forma numérica e registrados na memória de uma máquina. Com a transformação da esfera da comunicação e da informação numa esfera informatizada, é preciso encontrar o significado cultural disso. 

 A partir dessa ferramenta de comunicação diferente da mídia clássica, porque é nesse espaço que todas as mensagens se tornam interativas, é feita uma plasticidade e há uma possibilidade de metamorfose imediata. Com esse acesso, cada pessoa pode se tornar uma emissora, o que não se enquadra no caso de mídias como a imprensa ou a televisão. Uma tipologia aplicada aos dispositivos de comunicação onde há um tipo em que não há interatividade porque tem um centro emissor e uma multiplicidade de receptores encontra-se no dispositivo "Um e Todo".
 Dispositivos que não tem uma emergência do coletivo da comunicação, como é o caso do telefone, constituem o tipo "Um e Um". O espaço cibernético introduz um novo tipo de interação formada a partir da emergência coletiva, que pode ser chamada de "Todos e Todos". 

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 Do interior do espaço cibernético encontramos uma variedade de ferramentas, de dispositivos e tecnologias intelectuais. Por exemplo, um aspecto que se desenvolve cada vez mais é a inteligência artificial. Há também os hipertextos, os multimídia interativos, simulações, mundos virtuais, dispositivos de tele-presença. É preciso não esquecer, por outro lado, que a própria mídia hoje está numa hibridação com o espaço cibernético, onde ela se vê obrigada a se abrir para isto. 

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 Assim, não é mais o leitor que vai se deslocar diante do texto, mas sim o texto que vai se desdobrar diferentemente diante de cada leitor. Também a escrita e leitura vão mudar o seu papel, porque o próprio leitor vai participar da mensagem na medida em que não estará ligado apenas a um aspecto. Saindo de uma posição passiva, o leitor passa a participar da própria redação do texto, uma vez que ele tem diante de si um potencial de mensagem em construção.

 O ponto principal é que estamos assistindo e participando da desterritorialização dos textos, das mensagens e de tudo que é documento. Tanto o texto, como a mensagem, se tornam uma matéria. Sem um suporte fixo, os elementos possuem maior possibilidade de interação com qualquer outro. è como se todos os textos fizessem parte de um texto, mas na verdade é o hipertexto, com um autor coletivo e que está em constante transformação.
O futuro próximo de comunicação humana e de pensamento humano está se tornando um lugar chamado Espaço Cibernético. O que vai se tornar em valores culturais e políticos permanece, ainda, em aberto. Mas as implicações nas áreas de educação, trabalho e vida política e questões dos direitos, são certas. As dimensões sociais, culturais e técnicas são cada vez mais homogenias, considerando a junção indissolúvel de um projeto técnico com uma visão cultural organizadora.

Jésus Martín-Barbero- As mediações e o reflexo da realidade

     Jesús Martín-Barbero é semiólogo, antropólogo e filosofo colombiano, nascido na Espanha, que ficou muito conhecido por suas pesquisas em relação ao modelo das mediações, em que ele se posiciona de forma contrária à escola Frankfurtiana. Segundo Barbero, os receptores não apenas recebem a mensagem passivamente, como também possuem a capacidade de assimilar o que foi transmitido, dando sentido de acordo com suas mediações.





     Várias coisas podem atuar como mediações na vida do receptor: instituições como a escola e a igreja, a classe social a que pertence, conhecimentos adquiridos ao longo da vida, experiências, entre outros. Essas mediações formam o que Barbero intitula de “Individualidade da identidade”, que seria o modo como cada receptor se relacionaria com os meios de comunicação, de maneira diferente.
     Dessa maneira, não são os receptores que se adequam aos meios de comunicação ao longo do tempo, mas sim os meios que evoluem de acordo com as novas necessidades, ambições e experiências, tentando incorporar essas mudanças e se relacionar com as novas realidades.
    Podemos observar isso claramente nas mudanças que constantemente ocorrem no cinema hollywoodiano. Com a evolução do público, surgem novas necessidades e ambições em relação aos filmes a serem produzidos, “forçando” os produtores a se adequarem a esses novos receptores. Enquanto, a um tempo atrás, filmes de super-heróis não tinham tanta força no mercado, no que diz respeito às bilheterias, hoje são os que fazem maior sucesso e rendem os maiores lucros. Como consequência vemos filmes desse gênero sendo lançados frequentemente no cinema, como “O espetacular Homem-Aranha”, “Homem de Ferro”, “Thor”, “Os vingadores”, “X-men”, entre outros.



    

     Além disso as exigências do público em relação aos efeitos gráficos também crescem, fazendo com os produtores gastem cada vez mais nos aspectos técnicos dos filmes.
     Ainda no âmbito do cinema podemos observar claramente, na prática, a questão das mediações, também levantada por Barbero. Por que hoje em dia, principalmente os jovens, demandam tanto filmes de ação protagonizados por super-heróis? E por que exigem efeitos gráficos cada vez mais bem trabalhados? Segundo o autor, isso se dá por causa das mediações vivenciadas por eles. Desde pequenos estão acostumados com aparelhos eletrônicos, filmes e jogos com gráficos avançados e grande proximidade à diversos tipos de tecnologias. Assim, a propensão desses jovens em relação aos filmes será bem diferente da dos mais velhos, que vivenciaram outros tipos de mediações.





Canclini - Sociedade de consumo

         Em seu livro ''Consumidores e Cidadãos'', o antropólogo Nestór Garcia Canclini reflete sobre o papel do indivíduo na sociedade de consumo. Para Canclini, o consumo é o conjunto de processos socioculturais nos quais se realizam a apropriação e os usos dos produtos.
Canclini ainda tenta explicar o consumo como uma forma de ''identificação'', uma forma de fazer parte de um determinado grupo. Consumir é participar de um cenário de disputas por aquilo que a sociedade produz e pelos modos de usá-los. Para ele, a ideia de consumo não é inconsciente, muito menos os consumidores são meros fantoches.

        Ele utiliza do conceito de flaneur para ilustrar melhor. O flaneur deixa de ser aquele indivíduo do século IX que vagava pelas ruas parisienses deslumbrado com as manifestações artísticas; e se transforma no individuo que anda pelo shopping, absorvendo toda a ideologia de consumo. O passeio é uma operação de consumo simbólico. A cidade é comparada a um videoclipe: como uma montagem de linguagens descontínuas.
O flaneur deixa de ser o indivíduo parisiense que vaga pelas ruas e se torna o consumidor, que se encanta com as vitrines.

         Canclini diz que o consumo é simbólico. Ao comprarmos um produto, não estamos comprando apenas o conteúdo em si, e sim uma série de ideais e significados que aquele produto simboliza, significados estes, que foram criados no meio, através de associações de determinado produto com determinadas situações ou pessoas. Logo, ao comprar uma roupa de determinada marca, o consumidor não está somente comprando a roupa, mas sim uma série de sentidos e significados em torno da mesma.

Análise de Publicidade: L'Oreal Color Riche







A L'Oreal Paris é mundialmente conhecida por produzir campanhas internacionais de seus produtos com grandes estrelas, como Lea Michele, Rachel Weisz, Jennifer Lopez, entre outras. Para a propaganda específica e apenas publicada em jornais norte-americanos e europeus, a empresa investiu na cantora Beyoncé para divulgar sua linha de batons "Color Riche".

É nítida a exploração da sensualidade e beleza feminina como atração principal do produto anunciado. A grande explicação para que fosse Beyoncé é que no ano de lançamento da propaganda (2011), a cantora acabara de lançar seu quarto álbum de estúdio, o "4", e todas as atenções, naquele momento, estavam diretamente ligadas a ela. A empresa buscou apresentar nesta propaganda como "um simples batom pode tornar uma mulher comum em uma pessoa mais poderosa e segura de si."

Em aspectos gerais, a marca optou por não colocar seu slogan: "Parce que vous le valez bien" (Porque você vale muito, traduzido), e deixou o produto e a artista, por si só, anunciarem o produto, usando do maravilhoso para encantar as mulheres, que são o único alvo desta campanha publicitária.

Jenkins, Convergência Midiática, Cultura Participativa e Inteligência Coletiva




Henry Jenkins é considerado “um dos pesquisadores da mídia mais influentes da atualidade”. Durante os anos de 1993 e 2009 ele esteve a frente do programa de Estudos de Mídia Comparada do MIT. Em sua obra “Cultura da Convergência”, Jenkins lança mão de exemplos da indústria midiática e alguns fandoms para analisar o universo da convergência, em especial, três conceitos: convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva. Jenkins diz, em seu livro que a convergência midiática é "fluxo de conteúdos por múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação", que a cultura participativa "parte de uma ideia de uma cultura onde os consumidores estão agindo cada vez mais de forma participativa e crítica", e inteligência coletiva como "uma forma de consumo coletivo exercida pelos fãs. Esses são, portanto, consumidores participativos". Exemplo de tudo isso foi a forma como a cantora Beyoncé lançou e divulgou seu álbum e singles do áudiovisual “BEYONCÉ: The Audiovisual Album”. Divulgado apenas na madrugada do dia 13 de dezembro de 2013, ele propôs aos fãs interação total (em áudio e vídeo) do conteúdo de seu produto, inicialmente no iTunes e composto de quatorze músicas e dezessete vídeos, além de formas de divulgação de singles baseada em conteúdo produzido por fãs. Para exemplificar tal situação, o single “Pretty Hurts” possui um site exclusivo, e todo o seu conteúdo é produzido por fãs no Instagram, com a hashtag “#whatispretty”, transformando os vídeos e fotos em um projeto visual e de interação.



Também durante o ínicio de divulgação do álbum, a cantora incentivou os fãs a produzirem, em 15s também no Instagram, perguntas que seriam respondidas na coletiva oficial de imprensa do álbum, que ocorreu em um grande teatro de Nova York, com a hashtag "#ASKBEYONCE"




Durante sua última turnê solo, a “The Mrs Carter Show World Tour”, a cantora utilizou da mesma interação para arrecadar fundos e doação de roupas e brinquedos para ONG's internacionais com a #BeyGood, na qual a mesma incentivava os fãs a trazer doações, compartilhar o conteúdo nas redes sociais e, consequentemente, as melhores produções ganhavam ingressos exclusivos para um espaço VIP do show em seus respectivos países.



terça-feira, 1 de julho de 2014

Pierre Lévy - Cibercultura

     O filósofo francês Pierre Lévy é considerado um dos maiores expoentes no campo de estudos da mídia cibernética. Pierre Lévy, ao refletir sobre a questão da técnica e as discussões geradas com o surgimento das novas tecnologias, considera a metáfora do impacto inadequada. Segundo ele, a técnica é imaginada e fabricada pelos indivíduos, seu uso intensivo é o que a caracteriza e lhe dá forma. Desta forma, a sociedade pode ser condicionada mas jamais determinada pela técnica.


     Dentro da ideia de cibercultura, Lévy afirma que cada receptor pode-se tornar também produtor e emissor de determinada mensagem. O ciberespaço está em aumento constante, gerando uma maior acessibilidade da sociedade no geral. Este acesso rápido e fácil influencia diretamente na quantidade de mensagem que é inserida na rede virtual, por exemplo. Quanto mais pessoas possuírem recursos tecnológicos, mais conteúdo será produzido para este meio.




     Nesta ideia do expectador tornar-se produtor ou emissor os exemplos mais fortes que existem são as redes sociais. A necessidade de comunicar e conhecer, tem levado milhões de pessoas a utilizar várias interfaces de comunicação, tais como o YouTube, Facebook, Twitter, Skype, Vimeo, etc. Estas plataformas de comunicação têm evoluído de tal forma, que se passou de uma comunicação textual, para a comunicação com imagem e som em tempo real, podendo estar ligado a uma série de informação. Podemos pegar como exemplo os vloggers, que são pessoas que trabalham fazendo vídeos para publicar no YouTube e, com o tempo, acabam ganhando notoriedade e "voz" na sociedade, como é o caso da  Kéfera Buchmann e também do PC Siqueira.