André Lemos, professor da
Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, é autor de diversos
artigos nacionais e internacionais sobre cibercultura e dos livros Cidade
Digital. No livro "A Comunicação das Coisas" Lemos analisa a cultura digital e
as novas mídias a partir da Teoria Ator-Rede (TAR). Abordando diversos temas, ele relaciona a sociedade com os meios de comunicação,
em especial a internet. Mediante isso, um de seus questionamentos é: Mídias sociais. Ferramenta de revolução?
Nessa teoria ATOR-REDE vale destacar o próprio hífen que sustenta essa expressão, uma vez que que faz a interligação entre coisas (objetos e humanos), gerando as
relações entre eles. Enquanto que a Internet das Coisas faz compreender a
nova fase da internet. Ele trata a rede como mediadora na inter-relação entre humanos e não humanos, considerando as “coisas” com identidade. De acordo com seu estudo, o humano está tão interligado à rede - ao
espaço virtual - que os dois segmentos (ator e rede) passam a integrar
um só organismo, sendo, pois, o ator-rede. Portanto o hífen faz essa ligação de termos na gramática e na prática quem exerce essa função cria uma ligação entre o virtual e real.
A partir dessa problemática ele cria
uma comparação entre a Primavera Árabe e o uso das redes sociais para a
organização das manifestações. Usando desses meios como mediadores para unirem
jovens que mesmo sendo diferentes, compartilhavam de um pensamento e
posicionamento comum, a revolta que motivou o protesto.
As
manifestações de Junho também merecem destaque, pois surgiu com mesmo propósito
e origem. As redes sociais serviram para motivar a reunião de diferentes
jovens, de diferentes lugares que viram a necessidade de reivindicar direitos e
exigir melhorias. De um lado mídias como Facebook, Twitter e blogs cobriam o
evento com um recorte que era totalmente diferente do que era transmitido pela
TV, por outro lado, elas completariam o homem, seriam ferramentas para os seres
humanos, que por sua vez, seriam os responsáveis pelo movimento.
- No domingo (16 de junho), foram mais de 6.674 tweets com a hashtag “#protestorj” desde às 16h;
- De acordo com o Topsy, em dois dias, foram mais de 10 mil tweets com a hashtag “#changebrazil”;
- No dia 17 de junho, ficou nos Trending Topics mundiais a hashtag “#AbaixoRedeGloboPovoNaoÉBobo”, uma crítica à emissora por supostamente boicotar as manifestações;
- No Instagram, foram mais de 7.800 fotos compartilhadas com a hashtag “#protestosp”;
- Foram criados mais de 136 eventos no Facebook convocando as pessoas para participarem dos protestos em cidades brasileiras somente no dia 17 de junho. No exterior, foram 47;
O vídeo sobre como a
brutalidade da polícia marcou o protesto em São Paulo, produzido pela Folha de
São Paulo – que apresenta o relato da jornalista Giuliana Vallone (atingida por
uma bala de borracha no olho) – tem mais de 2.033.880 visualização e 22 mil
curtidas no YouTube;
Oi, Matheus!! O post está bem atual e contextualizado! Só acho que você poderia trazer um pouquinho mais da parte teórica que o Lemos apresenta, para completar as informações práticas!
ResponderEliminarAtenção ao errinho de português na frase: "As redes sociais serviram para motivar a reunião de diferentes jovens, de diferentes lugares que virão a necessidade de reivindicar direitos e exigir melhorias." - é "viram" e não "virão".
:D
Beleza! :D
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