Comunidades Virtuais - Manuel Castells

Atualizado

Manuel Castells Oliván (1942) é um sociólogo espanhol e estudioso das novas tecnologias de informação e comunicação.

No livro A Galáxia da Internet, Castells aborda as comunidades virtuais como uma das culturas da internet. O termo designa um espaço virtual que permite a interação e troca de informação entre pessoas fisicamente distantes ou não, baseando-se na aglomeração de indivíduos com interesses comuns. Uma das principais características dessas comunidades é a popularização, dando espaço para que uma pessoa leiga possa interagir nesse meio. Ele apresenta o movimento contracultural dos anos 60 como impulsionador da criação das comunidades virtuais.

Os movimentos contraculturais tinham como princípio a liberdade de informações e ideias, de forma que a comunicação fosse horizontal, igualitária. Atualmente, é possível perceber a presença desses mesmos ideais nas comunidades virtuais, pois indivíduos ou grupos com interesses comuns se reúnem virtualmente numa troca de informações, ideias e experiências. Castells diz que os valores dos movimentos contraculturais serviram como um molde para o comportamento e a organização social, e isso se refletiu nas comunidades virtuais de hoje.

A necessidade de interação é uma característica inerente ao ser humano e, no universo virtual, as relações humanas ganham projeção pública, sendo compartilhadas e criando um sentimento de identificação entre os membros. Um exemplo de comunidade virtual é o Facebook, que reúne pessoas de diversas partes do planeta, com os mais variados interesses e possibilita que elas discutam assuntos de interesse pessoal, profissional e comunitário. Nessa rede social, as pessoas podem se reunir em grupos, que funcionam como comunidades de pessoas com interesses em comum. Esses grupos podem ser dos mais variados tipos, como profissionais, de discussão literária, entretenimento em geral e, até mesmo, para alertar sobre congestionamentos no trânsito. É o caso da página "Trânsito Salvador", criada para alertar os motoristas internautas. Os próprios seguidores mandam atualizações sobre como está o tráfego de automóveis e a página faz o alerta.

Porém, ao mesmo tempo em que as pessoas postam nas redes sociais, desabafam, exprimem opiniões, elas não interagem entre si. É como se falassem sozinhas ou com elas mesmas. Isso seria reflexo de um individualismo que, segundo Castells, já é existente na sociedade, e não um padrão criado pela internet, que funciona apenas como uma ferramenta para a sua difusão.

Charge que representa um mapa do ciberespaço e mostra algumas das principais comunidades virtuais existentes na web. O tamanho de cada território esta relacionado ao número de usuários.