terça-feira, 8 de abril de 2014

Edgar Morin: Cultura de Massas no Século XX

Edgar Morin, filósofo e sociólogo francês, publicou em seu livro “Cultura de massas do século XX” uma reflexão sobre a interação da mídia com o emocional dos espectadores. O termo “Projeção-Identificação” aparece nesse contexto, onde um indivíduo projeta seus desejos em um personagem, por exemplo, e assim se identifica com ele. O happy end, o final feliz do herói simpático, se faz necessário nesse momento onde o espectador quer que o seu objeto de projeção tenha um destino feliz para que esse possa se sentir da mesma forma. As tragédias gregas e gêneros anteriores não trabalhavam com esse tipo de estruturação visando o público. A identificação com esses heróis é tão forte que os filmes passaram por grandes mudanças para se adequarem ao novo espectador, agora emocionalmente conectado ao filme.
As celebridades responsáveis por dar vida a esses personagens também tem sua vida pessoal envolvida pela curiosidade do público e sua constante observação. Tornam-se então os “Olimpianos”, seres que vivem em um lugar separados dos demais e possuem uma vida endeusada por quem os segue. São modelos de cultura, modelos de vida. A ideia de felicidade é o ponto central na imagem dessas pessoas e, em muitos casos, essa é forjada para a aceitação e fama do artista envolvido. Podemos tomar como exemplo Marilyn Monroe, uma das maiores e mais conhecidas atrizes de Hollywood, teve seu nome e estética mudados para tornar-se famosa. Sua vida tinha a aparência do glamour hollywoodiano, porém, mais tarde, se soube que a atriz vivia uma realidade diferente da vista pela mídia, sofrendo de depressão por anos.


A mesma projeção ocorre no caso da violência, em que o homem comum extravasa o estresse e a violência contida no seu cotidiano, consumindo filmes e outras fontes de mídia onde se pode projetar uma vida sem restrição de leis, sem repressão e censura e onde não se tem medo de nada. O homem comum volta para casa após mais um dia no trabalho, mais um dia de rotina, e se torna uma valente e destemido herói ao ligar sua televisão.

Grupo: Carla Gonçalves, Mariana Dias, Pedro Soares

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Oi, pessoal! O post ficou bem interessante, já que vocês focaram na dupla projeção-identificação. O exemplo da Marilyn Monroe como uma olimpiana ficou bom, mas vocês ainda poderiam dar uma incrementada mostrando, por exemplo, o legado que ela deixou (com relação à estética e ao vestuário, até hoje as pessoas se remetem a ela, nem que seja ao se fantasiarem). E os novos olimpianos?

    Já com relação à projeção da violência, acredito que possa ser acrescentado um exemplo, talvez de algum filme. No cinema nacional, tivemos o grande sucesso de bilheteria Tropa de Elite. Quantos brasileiros, na época, imitaram o jeito de falar do Capitão Nascimento e vibraram com as suas frases de efeito e atitudes? Não seriam esses movimentos também projeções?

    Abusem dos aspectos multimídias que a internet proporciona! Que tal um vídeo? :D

    P.S.: Sugiro que vocês coloquem, antes ou ao final do texto, os nomes dos três autores, pois, da forma que está, parece que somente a Carla escreveu ;)

    ResponderEliminar