segunda-feira, 7 de abril de 2014

Michel Foucault- Panoptismo e o Grande Irmão


O filósofo Michel Foucault, em seu livro Vigiar e Punir, publicado em 1975, apresenta uma reflexão voltada para o modelo do panóptico, utilizado principalmente em prisões, e sua influência psicológica sobre quem ali se encontra, contexto semelhante ao narrado no livro 1984 de George Orwell, publicado em 1949.
O modelo panóptico, criado por Jeremy Bentham, consiste em celas que formam um anel ao redor de uma torre de vigilância. A partir desse formato é possível manter uma constante observação dos presos. Esses tipo de vigilância também ocorre ao personagem Winston Smith, apesar deste não ser um prisioneiro declarado, sendo ele um homem comum, que reside em Oceania, uma das três partes em que o mundo foi dividido, e trabalha para o Ministério da Verdade modificando ou apagando informações de acordo com o interesse do governo totalitarista, comandado pelo Grande Irmão. Um dispositivo chamado teletela, que tem por principal função vigiar os habitantes para que não traiam a confiança do Grande Irmão, se encontra em todos os cômodos das casas e no trabalho. Nas ruas o policiamento é feito pelos próprios cidadãos. Quando há suspeita de que alguém está pensando de forma que contradiga o Grande Irmão é chamada a Polícia do Pensamento e esse indivíduo é levado para o Ministério do Amor para que sua maneira de pensar seja adequada à do partido.


  Assim como a teletela, o panóptico não permite que o vigiado veja quem o está vigiando. O Grande Irmão nunca foi visto pessoalmente, somente uma ilustração em cartazes com seu rosto ilustrado e uma aviso de “O Grande Irmão está vigiando” é o que a população tem acesso. O guarda da torre se encontra na mesma posição. Dessa forma, segundo Foucault, o poder se torna visível já a ideia de vigilância é sempre lembrada porém é inverificável, pois não se sabe quando essa vigia ocorre. A finalidade desse sistema é atingida quando o objeto da observação está em um estado consciente e permanente de visibilidade, assegurando o funcionamento automático do poder.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi, Carla! Você fez um paralelo bacana entre o que Foucault fala sobre o Panóptico e o livro 1984, o que esclarece o funcionamento do dispositivo e sua capacidade de vigilância e controle. Senti falta, porém, de um exemplo mais atual, seja de um produto midiático que funcione nesses moldes, como o Big Brother, ou algum outro que represente essa situação.

    Acrescido algum exemplo atual, com imagens ou vídeo, o post ficará completo! :D

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