O
filósofo Michel Foucault, em seu livro Vigiar e Punir, publicado em
1975, apresenta uma reflexão voltada para o modelo do panóptico,
utilizado principalmente em prisões, e sua influência psicológica
sobre quem ali se encontra, contexto semelhante ao narrado no livro
1984 de George Orwell, publicado em 1949.
O
modelo panóptico, criado por Jeremy Bentham, consiste em celas que
formam um anel ao redor de uma torre de vigilância. A partir desse
formato é possível manter uma constante observação dos presos.
Esses tipo de vigilância também ocorre ao personagem Winston Smith,
apesar deste não ser um prisioneiro declarado, sendo ele um homem
comum, que reside em Oceania, uma das três partes em que o mundo foi
dividido, e trabalha para o Ministério da Verdade modificando ou
apagando informações de acordo com o interesse do governo
totalitarista, comandado pelo Grande Irmão. Um dispositivo chamado
teletela, que tem por principal função vigiar os habitantes para
que não traiam a confiança do Grande Irmão, se encontra em todos
os cômodos das casas e no trabalho. Nas ruas o policiamento é feito
pelos próprios cidadãos. Quando há suspeita de que alguém está
pensando de forma que contradiga o Grande Irmão é chamada a Polícia
do Pensamento e esse indivíduo é levado para o Ministério do Amor
para que sua maneira de pensar seja adequada à do partido.
Assim como a teletela, o panóptico não permite que o vigiado veja
quem o está vigiando. O Grande Irmão nunca foi visto pessoalmente,
somente uma ilustração em cartazes com seu rosto ilustrado e uma
aviso de “O Grande Irmão está vigiando” é o que a população
tem acesso. O guarda da torre se encontra na mesma posição. Dessa
forma, segundo Foucault, o poder se torna visível já a ideia de
vigilância é sempre lembrada porém é inverificável, pois não se
sabe quando essa vigia ocorre. A finalidade desse sistema é
atingida quando o objeto da observação está em um estado
consciente e permanente de visibilidade, assegurando o funcionamento
automático do poder.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOi, Carla! Você fez um paralelo bacana entre o que Foucault fala sobre o Panóptico e o livro 1984, o que esclarece o funcionamento do dispositivo e sua capacidade de vigilância e controle. Senti falta, porém, de um exemplo mais atual, seja de um produto midiático que funcione nesses moldes, como o Big Brother, ou algum outro que represente essa situação.
ResponderEliminarAcrescido algum exemplo atual, com imagens ou vídeo, o post ficará completo! :D