quarta-feira, 2 de julho de 2014

Jésus Martín-Barbero- As mediações e o reflexo da realidade

     Jesús Martín-Barbero é semiólogo, antropólogo e filosofo colombiano, nascido na Espanha, que ficou muito conhecido por suas pesquisas em relação ao modelo das mediações, em que ele se posiciona de forma contrária à escola Frankfurtiana. Segundo Barbero, os receptores não apenas recebem a mensagem passivamente, como também possuem a capacidade de assimilar o que foi transmitido, dando sentido de acordo com suas mediações.





     Várias coisas podem atuar como mediações na vida do receptor: instituições como a escola e a igreja, a classe social a que pertence, conhecimentos adquiridos ao longo da vida, experiências, entre outros. Essas mediações formam o que Barbero intitula de “Individualidade da identidade”, que seria o modo como cada receptor se relacionaria com os meios de comunicação, de maneira diferente.
     Dessa maneira, não são os receptores que se adequam aos meios de comunicação ao longo do tempo, mas sim os meios que evoluem de acordo com as novas necessidades, ambições e experiências, tentando incorporar essas mudanças e se relacionar com as novas realidades.
    Podemos observar isso claramente nas mudanças que constantemente ocorrem no cinema hollywoodiano. Com a evolução do público, surgem novas necessidades e ambições em relação aos filmes a serem produzidos, “forçando” os produtores a se adequarem a esses novos receptores. Enquanto, a um tempo atrás, filmes de super-heróis não tinham tanta força no mercado, no que diz respeito às bilheterias, hoje são os que fazem maior sucesso e rendem os maiores lucros. Como consequência vemos filmes desse gênero sendo lançados frequentemente no cinema, como “O espetacular Homem-Aranha”, “Homem de Ferro”, “Thor”, “Os vingadores”, “X-men”, entre outros.



    

     Além disso as exigências do público em relação aos efeitos gráficos também crescem, fazendo com os produtores gastem cada vez mais nos aspectos técnicos dos filmes.
     Ainda no âmbito do cinema podemos observar claramente, na prática, a questão das mediações, também levantada por Barbero. Por que hoje em dia, principalmente os jovens, demandam tanto filmes de ação protagonizados por super-heróis? E por que exigem efeitos gráficos cada vez mais bem trabalhados? Segundo o autor, isso se dá por causa das mediações vivenciadas por eles. Desde pequenos estão acostumados com aparelhos eletrônicos, filmes e jogos com gráficos avançados e grande proximidade à diversos tipos de tecnologias. Assim, a propensão desses jovens em relação aos filmes será bem diferente da dos mais velhos, que vivenciaram outros tipos de mediações.





1 comentário:

  1. Oi, Lucas! Ficou bacana o post! Só acho que você pode dar algum exemplo da questão das mediações, já que você a coloca no título. Você focou mais nas mudanças que o cinema viu como necessárias para atender à demanda, mas não falou mais especificamente das mediações.

    Se acrescentar isso, ficará melhor! :D

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