Em seu texto “Esquenta”, de Regina Casé, é o programa mais racista da TV?, Marcos Sacramento descreve o contexto do programa para que o leitor de fato
possa “ler
a TV”,
como propõe Eduardo Cintra Torres. Ao simular o olhar do leitor,
dizendo como provavelmente ele enxerga o programa, a crítica ganha
identificação por parte do ouvinte. Quem lê o texto entende que
aquilo passa a falar sobre algo que ele concorda. Ao mostrar outra
visão ele também ganha por fugir do lugar-comum, mostrar um ponto
de vista inovador e que desperte curiosidade no leitor.
Ao
utilizar trechos como “respeito e até admiro formas de cultura
vindas do gueto” e “essa festa maluca” o texto acaba se
tornando mais agressivo e passa a expressar um ponto de vista muito
baseado na experiência e opinião pessoa do autor. Ele “’até’
admirar” da a entender que a cultura periférica é algo que
normalmente não mereça essa admiração. Ou ele caracterizar o
programa como uma reprodução do cotidiano nas favelas e
classificá-lo como uma “festa maluca” promove um juízo de valor
impróprio para uma crítica cultural.
A
partir daí ele chega no ponto central do texto: a discussão sobre o
esterótipo que o programa cria em relação ao negro no Brasil. Se
valendo de argumentos pontuais, mas precisos, ele enumera o que a
produção trata como geral e que na verdade representa apenas uma
parte do que a população negra traduz.
Entre diversos outros juízos de valores, Marcos conclui
seu pensamento e mostra através de informações que os leitores
provavelmente conhecem, caso do fato de uma garota como a que aparece
em seu programa nunca ser capa de uma revista Marie Claire, uma nova
perspectiva sobre o impacto do Esquenta na saciedade. A crítica é
positiva por demonstrar essa nova possibilidade, mas perde por não
apresentar um desenvolvimento sólido e isento de experiência
pessoal.
o correto é: ganha a identificação do ouvinte
ResponderEliminaropinião pessoal do autor.
Ou a caracterizar
frase incompleta: Ele “’até’ admirar” da a entender que a cultura periférica.
Bom trabalho