A Marca O Boticário é uma marca de cosméticos e produtos de beleza muito conhecida no Brasil. Essa campanha é um pouco antiga mas eu considero muito criativa e que, de fato, conseguiu atingir o objetivo, já que fez muito sucesso na época.
Essa campanha fazendo referencia as princesas da Disney brinca com a ideia por trás de cada história, conseguindo contudo, traze-las um pouco para a atualidade. Essa peça da Branca de neve tem a seguinte frase: "Era uma vez uma garota branca como a neve, que causava muita inveja não por ter conhecido o sete anões. Mas vários morenos de 1.80m", e consegue dialogar muito bem com a imagem de uma mulher poderosa, que ignora a inveja representada pela maça. O Pathos é essa ideologia de poder, de sensualidade e atração que a mulher, mesmo que de um conto de fadas, romântica, delicada possui.
A publicidade e a campanha como um todo é bem coesa entre suas diversas peças, condizentes com a marca e com o que ela procura passar e muito bem feita. Consegue gerar identificação no publico alvo de maneira divertida, criativa e dentro de uma intertextualidade que foi bem explorada.
É interessante falar também sobre o slogan da empresa que era: "Você pode ser o que quiser" - que conversa muito bem com a ideia principal da publicidade e da própria missão e valor que a marca tem.
O espaço cibernético onde funciona a sociedade atual é o novo espaço de interação humana que já possui importância no plano econômico e científico. Importância que certamente vai ampliar-se e estender-se a outros campos como Saúde, Pedagogia, Estética, Arte e Política. O espaço cibernético é a instauração de uma rede de todas as memórias informatizadas e de todos os computadores. Textos, imagens e músicas produzidos no computador são cada vez mais conservados sob forma numérica e registrados na memória de uma máquina. Com a transformação da esfera da comunicação e da informação numa esfera informatizada, é preciso encontrar o significado cultural disso. A partir dessa ferramenta de comunicação diferente da mídia clássica, porque é nesse espaço que todas as mensagens se tornam interativas, é feita uma plasticidade e há uma possibilidade de metamorfose imediata. Com esse acesso, cada pessoa pode se tornar uma emissora, o que não se enquadra no caso de mídias como a imprensa ou a televisão. Uma tipologia aplicada aos dispositivos de comunicação onde há um tipo em que não há interatividade porque tem um centro emissor e uma multiplicidade de receptores encontra-se no dispositivo "Um e Todo". Dispositivos que não tem uma emergência do coletivo da comunicação, como é o caso do telefone, constituem o tipo "Um e Um". O espaço cibernético introduz um novo tipo de interação formada a partir da emergência coletiva, que pode ser chamada de "Todos e Todos". Do interior do espaço cibernético encontramos uma variedade de ferramentas, de dispositivos e tecnologias intelectuais. Por exemplo, um aspecto que se desenvolve cada vez mais é a inteligência artificial. Há também os hipertextos, os multimídia interativos, simulações, mundos virtuais, dispositivos de tele-presença. É preciso não esquecer, por outro lado, que a própria mídia hoje está numa hibridação com o espaço cibernético, onde ela se vê obrigada a se abrir para isto. Assim, não é mais o leitor que vai se deslocar diante do texto, mas sim o texto que vai se desdobrar diferentemente diante de cada leitor. Também a escrita e leitura vão mudar o seu papel, porque o próprio leitor vai participar da mensagem na medida em que não estará ligado apenas a um aspecto. Saindo de uma posição passiva, o leitor passa a participar da própria redação do texto, uma vez que ele tem diante de si um potencial de mensagem em construção. O ponto principal é que estamos assistindo e participando da desterritorialização dos textos, das mensagens e de tudo que é documento. Tanto o texto, como a mensagem, se tornam uma matéria. Sem um suporte fixo, os elementos possuem maior possibilidade de interação com qualquer outro. è como se todos os textos fizessem parte de um texto, mas na verdade é o hipertexto, com um autor coletivo e que está em constante transformação. O futuro próximo de comunicação humana e de pensamento humano está se tornando um lugar chamado Espaço Cibernético. O que vai se tornar em valores culturais e políticos permanece, ainda, em aberto. Mas as implicações nas áreas de educação, trabalho e vida política e questões dos direitos, são certas. As dimensões sociais, culturais e técnicas são cada vez mais homogenias, considerando a junção indissolúvel de um projeto técnico com uma visão cultural organizadora.
Jesús Martín-Barbero
é semiólogo, antropólogo e filosofo colombiano, nascido na Espanha, que ficou
muito conhecido por suas pesquisas em relação ao modelo das mediações, em que
ele se posiciona de forma contrária à escola Frankfurtiana. Segundo Barbero, os
receptores não apenas recebem a mensagem passivamente, como também possuem a
capacidade de assimilar o que foi transmitido, dando sentido de acordo com suas
mediações.
Várias coisas
podem atuar como mediações na vida do receptor: instituições como a escola e a
igreja, a classe social a que pertence, conhecimentos adquiridos ao longo da
vida, experiências, entre outros. Essas mediações formam o que Barbero intitula
de “Individualidade da identidade”, que seria o modo como cada receptor se relacionaria
com os meios de comunicação, de maneira diferente.
Dessa maneira, não
são os receptores que se adequam aos meios de comunicação ao longo do tempo, mas
sim os meios que evoluem de acordo com as novas necessidades, ambições e experiências,
tentando incorporar essas mudanças e se relacionar com as novas realidades.
Podemos observar
isso claramente nas mudanças que constantemente ocorrem no cinema hollywoodiano.
Com a evolução do público, surgem novas necessidades e ambições em relação aos
filmes a serem produzidos, “forçando” os produtores a se adequarem a esses novos
receptores. Enquanto, a um tempo atrás, filmes de super-heróis não tinham tanta
força no mercado, no que diz respeito às bilheterias, hoje são os que fazem
maior sucesso e rendem os maiores lucros. Como consequência vemos filmes desse
gênero sendo lançados frequentemente no cinema, como “O espetacular
Homem-Aranha”, “Homem de Ferro”, “Thor”, “Os vingadores”, “X-men”, entre
outros.
Além disso as
exigências do público em relação aos efeitos gráficos também crescem, fazendo
com os produtores gastem cada vez mais nos aspectos técnicos dos filmes. Ainda no âmbito do cinema podemos observar claramente, na prática, a questão das mediações, também levantada por Barbero. Por que hoje em dia, principalmente os jovens, demandam tanto filmes de ação protagonizados por super-heróis? E por que exigem efeitos gráficos cada vez mais bem trabalhados? Segundo o autor, isso se dá por causa das mediações vivenciadas por eles. Desde pequenos estão acostumados com aparelhos eletrônicos, filmes e jogos com gráficos avançados e grande proximidade à diversos tipos de tecnologias. Assim, a propensão desses jovens em relação aos filmes será bem diferente da dos mais velhos, que vivenciaram outros tipos de mediações.
Em seu livro ''Consumidores e Cidadãos'', o antropólogo Nestór Garcia Canclini reflete sobre o papel do indivíduo na sociedade de consumo. Para Canclini, o consumo é o conjunto de processos socioculturais nos quais se realizam a apropriação e os usos dos produtos.
Canclini ainda tenta explicar o consumo como uma forma de ''identificação'', uma forma de fazer parte de um determinado grupo. Consumir é participar de um cenário de disputas por aquilo que a sociedade produz e pelos modos de usá-los. Para ele, a ideia de consumo não é inconsciente, muito menos os consumidores são meros fantoches.
Ele utiliza do conceito de flaneur para ilustrar melhor. O flaneur deixa de ser aquele indivíduo do século IX que vagava pelas ruas parisienses deslumbrado com as manifestações artísticas; e se transforma no individuo que anda pelo shopping, absorvendo toda a ideologia de consumo. O passeio é uma operação de consumo simbólico. A cidade é comparada a um videoclipe: como uma montagem de linguagens descontínuas.
O flaneur deixa de ser o indivíduo parisiense que vaga pelas ruas e se torna o consumidor, que se encanta com as vitrines.
Canclini diz que o consumo é simbólico. Ao comprarmos um produto, não estamos comprando apenas o conteúdo em si, e sim uma série de ideais e significados que aquele produto simboliza, significados estes, que foram criados no meio, através de associações de determinado produto com determinadas situações ou pessoas. Logo, ao comprar uma roupa de determinada marca, o consumidor não está somente comprando a roupa, mas sim uma série de sentidos e significados em torno da mesma.
A L'Oreal Paris é mundialmente conhecida por produzir campanhas internacionais de seus produtos com grandes estrelas, como Lea Michele, Rachel Weisz, Jennifer Lopez, entre outras. Para a propaganda específica e apenas publicada em jornais norte-americanos e europeus, a empresa investiu na cantora Beyoncé para divulgar sua linha de batons "Color Riche".
É nítida a exploração da sensualidade e beleza feminina como atração principal do produto anunciado. A grande explicação para que fosse Beyoncé é que no ano de lançamento da propaganda (2011), a cantora acabara de lançar seu quarto álbum de estúdio, o "4", e todas as atenções, naquele momento, estavam diretamente ligadas a ela. A empresa buscou apresentar nesta propaganda como "um simples batom pode tornar uma mulher comum em uma pessoa mais poderosa e segura de si."
Em aspectos gerais, a marca optou por não colocar seu slogan: "Parce que vous le valez bien" (Porque você vale muito, traduzido), e deixou o produto e a artista,por si só, anunciarem o produto, usando do maravilhoso para encantar as mulheres, que são o único alvo desta campanha publicitária.
Henry Jenkins é
considerado “um dos pesquisadores da mídia mais influentes da
atualidade”. Durante os anos de 1993 e 2009 ele esteve a frente do
programa de Estudos de Mídia Comparada do MIT. Em sua obra
“Cultura da Convergência”, Jenkins lança mão de exemplos da
indústria midiática e alguns fandoms para analisar o universo da
convergência, em especial, três conceitos: convergência midiática,
cultura participativa e inteligência coletiva. Jenkins diz, em seu livro que a convergência midiática é "fluxo de conteúdos por múltiplas plataformas de mídia, à cooperação
entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos
públicos dos meios de comunicação", que a cultura participativa "parte de uma ideia de uma cultura onde os consumidores estão agindo cada vez mais
de forma participativa e crítica", e inteligência coletiva como "uma forma de consumo coletivo exercida pelos fãs. Esses são, portanto, consumidores
participativos". Exemplo de tudo isso
foi a forma como a cantora Beyoncé lançou e divulgou seu álbum e
singles do áudiovisual “BEYONCÉ: The Audiovisual Album”.
Divulgado apenas na madrugada do dia 13 de dezembro de 2013, ele
propôs aos fãs interação total (em áudio e vídeo) do conteúdo
de seu produto, inicialmente no iTunes e composto de quatorze músicas e dezessete vídeos, além de formas de divulgação
de singles baseada em conteúdo produzido por fãs. Para
exemplificar tal situação, o single “Pretty Hurts” possui um
site exclusivo, e todo o seu conteúdo é produzido por fãs no
Instagram, com a hashtag “#whatispretty”, transformando os vídeos
e fotos em um projeto visual e de interação.
Também durante o ínicio de divulgação do álbum, a cantora
incentivou os fãs a produzirem, em 15s também no Instagram,
perguntas que seriam respondidas na coletiva oficial de imprensa do
álbum, que ocorreu em um grande teatro de Nova York, com a hashtag "#ASKBEYONCE"
Durante sua última turnê solo, a “The Mrs Carter Show World Tour”, a cantora utilizou da mesma interação para arrecadar fundos e doação de roupas e brinquedos para ONG's internacionais
com a #BeyGood, na qual a mesma incentivava os fãs a trazer
doações, compartilhar o conteúdo nas redes sociais e,
consequentemente, as melhores produções ganhavam ingressos
exclusivos para um espaço VIP do show em seus respectivos países.
O filósofo francês Pierre Lévy é considerado um dos maiores expoentes no campo de estudos da mídia cibernética. Pierre Lévy, ao refletir sobre a questão da técnica e as discussões geradas com o surgimento das novas tecnologias, considera a metáfora do impacto inadequada. Segundo ele, a técnica é imaginada e fabricada pelos indivíduos, seu uso intensivo é o que a caracteriza e lhe dá forma. Desta forma, a sociedade pode ser condicionada mas jamais determinada pela técnica.
Dentro da ideia de cibercultura, Lévy afirma que cada receptor pode-se tornar também produtor e emissor de determinada mensagem. O ciberespaço está em aumento constante, gerando uma maior acessibilidade da sociedade no geral. Este acesso rápido e fácil influencia diretamente na quantidade de mensagem que é inserida na rede virtual, por exemplo. Quanto mais pessoas possuírem recursos tecnológicos, mais conteúdo será produzido para este meio.
Nesta ideia do expectador tornar-se produtor ou emissor os exemplos mais fortes que existem são as redes sociais. A necessidade de comunicar e conhecer, tem levado milhões de pessoas a utilizar várias interfaces de comunicação, tais como o YouTube, Facebook, Twitter, Skype, Vimeo, etc. Estas plataformas de comunicação têm evoluído de tal forma, que se passou de uma comunicação textual, para a comunicação com imagem e som em tempo real, podendo estar ligado a uma série de informação. Podemos pegar como exemplo os vloggers, que são pessoas que trabalham fazendo vídeos para publicar no YouTube e, com o tempo, acabam ganhando notoriedade e "voz" na sociedade, como é o caso da Kéfera Buchmann e também do PC Siqueira.
Visando divulgar sua nova coleção de imagens no site diomedia.com.br, a National Geographic criou a campanha "Selfies da Natureza", a campanha visa reforçar que a Nat Geo possui as melhores imagens da natureza.
O ethos está presente na frase "As melhores imagens da natureza estão aqui", usa-se da autoridade e da credibilidade da marca Nat Geo para persuadir o leitor.
O pathos se faz presente no uso da moda do selfie através da identificação, popularizado por Ellen DeGeneres durante a apresentação do Oscar 2014. Na foto também podemos notar quadros de família e móveis velhos, o que nos faz deduzir que o animal está em sua casa e tirou uma típica foto ruim. A campanha foi baseada em fotos reais tirados por usuários do Instagram.
O logos aparece no slogan "Tem muita imagem ruim de animal por ai", onde defende que outras fontes não tem a mesma qualidade que a National Geographic.
No texto a
Inteligência Coletiva de Pierre Lévy somos levados a questionar os rumos que o
ciberespaço deveria tomar. Em seu texto o autor prioritariamente diz sobre a
Inteligência Coletiva e como ela, aliada aos avanços do ciberespaço, da
midiatização e da tecnologia tem o poder de transformar a sociedade.
O nomadismo
não está mais focado no homem, mas no espaço e em como ele evolui a nossa
volta, o que nos falta é conseguir adaptar a todas essas mudanças. Pierre Lévy
diz que ao integrar os conhecimentos, não os transformando em um só, mas construindo
algo maior com a junção de cada um, estaríamos caminhando para uma organização
do espaço e ciberespaço de maneira mais democrática e até mais aproveitável.
Há muito tempo
não se valoriza a individualidade e a potencialidade das pessoas. O
conhecimento de massa, unilateral que nos é direcionado, muitas vezes oculta
essas habilidades que os seres humanos guardam dentro de si. No trabalho, por
exemplo, somos conhecidos pelo o que praticamos e não originalmente por aquilo
que melhor, ou ao menos com maior aptidão, podemos fazer. Na indústria a
valorização do modelo “formigueiro”, em que cada um faz a sua parte, também
ajuda a desconstruir a ideia de criação de um bem intelectual partilhado.
Distribuir o conhecimento e valorizar o saber que cada um trás consigo é um
grande desafio, porém Lévy cita também a internet, esse grande advento
tecnológico, que pode ser sim uma saída para encontrarmos um novo ponto de partida.
Agora nos
falta saber aproveitar isso. A valorização da mídia-educação e os investimentos
na educação a distancia, por exemplo, conectando os saberes, devme ser cada vez
mais valorizados. As redes sociais, ao contrário do que se propõem, estão separando as
pessoas e o que de bom elas tem para contribuir. Pensar em uma forma de melhorar
essa complementariedade será com certeza um novo olhar que devemos nos voltar. Temos
que unir os conhecimentos individuais em prol de uma sociedade que crescerá
junta, assim se desenvolvendo mais rápido e aproveitando o que de melhor cada
um pode dar.
Os argumentos de Jenkins e uma diagnose da "Cultura da convergência"
A TV que precisa da gente
Em uma sociedade onde as relações sociais são
permeadas pela tecnologia,a televisão
acabou percebendo que precisava se aproximar mais de seu público.Com a
popularização dos smarthphones,qualquer cidadão é capaz registrar um acontecimento perante seus olhos
e mostrar aos olhos do mundo aquilo que outras pessoas não conseguiram
ver.Qualquer um é potencialmente um produtor ,contador e difusor de ideias e
histórias.E é nesse ponto,que o autor Henry Jenkins se opõe.
Para ele,em seu livro “A cultura da convergência”, a
questão da “democratização da televisão” trata-se de uma retórica regada a
interesses econômicos e sem o cerne de querer ser uma delegação de poder ao
público.
Mas é importante notar
que esta via de mão dupla comunicacional possui tráfego intenso
atualmente,já que não há mais só quem produz e só quem recebe informações.A
tecnologia impulsionou essa corrente e ambos dependem mutuamente para que o
processo comunicacional ocorra de maneira proveitosa e eficaz.
Programas de TV cuja participação do público é fator
crucial nos rumos de sua produção ,como o emblemático “Você Decide” que foi um
dos pioneiros nessa questão.Como a internet no Brasil na década de 1990 ainda
não era tão difundida,os espectadores decidiam o desfecho que a narrativa e os personagens teriam em seu último bloco via telefone.
Atualmente as emissoras de televisão precisam que o
público interaja,mande vídeos,opine e questione sua programação.Sem a
participação do público,a televisão teria um feedback mais lento e ocasionaria
na rejeição deste público,que está cada vez mais à vontade para questionar,já
que com a capacidade de também ser um produtor de conteúdo,sua literacia
midiática,de certa forma,foi ampliada.
O fluxo de
informações por diversas plataformas de mídia
e essa convergência geram impacto nas relações entre as pessoas.É
possível fazer um paralelo com a ideia de cultura participativa,onde há a
possibilidade das pessoas estarem em contato em tempo real.As manifestações de
junho de 2013,servem como exemplo de como
as redes sociais foram importantíssimas,para marcar um encontro entre as
pessoas no mundo real em prol de um ideal.
A tecnologia nos ajudou a formar a sociedade do
espetáculo.Nós,como “detentores do poder” de uma informação,conseguimos ter
quinze segundos de fama na televisão registrando algo acontecido, isso acaba
criando interesses comuns,pois a foto ou o vídeo que gravamos podem virar meios
de instaurar um debate na sociedade.Por exemplo,se flagrarmos uma cena de maus
tratos a animais,postaremos na rede,isso gerará repercussão e providências
serão tomadas,podendo haver mais rigor
na punição de quem agrediu um animal.
Este exemplo serve somente para ilustrar como temos uma
verdadeira arma nas mãos.E esse poderio só vale a pena se usarmos ao nosso
favor.Está aí a grande defesa e o grande argumento de Jenkins sobre a cultura
da convergência.
No texto a inteligência coletiva, Lévy propõe, que através da internet todos tem a capacidade de compartilhar conhecimentos, voltamos a ser nômades, "mexer-se não é mais deslocar-se de um ponto a outro da superfície terrestre, mas atravessar universos de problemas, mundos vividos, paisagens dos sentidos." O novo nomadismo se destaca pela rápida transformação dos meios científicos, técnicos, tecnológicos e econômicos, mesmo que o indivíduo não se "mova" o mundo ainda muda a sua volta. Não há mais a simples passagem de conhecimento e técnicas entre gerações, nos dias atuais o homem tem seu meio rapidamente modificado.
Atualmente as organizações necessitam de uma renovação das especialidades científicas, técnicas, sociais e estéticas. Para que haja um fluxo de dinheiro (cash flow) é necessário que ocorra o fluxo de conhecimento (skill flow). Se essa renovação de conhecimento não ocorre, a organização corre o risco de "esclerose", e logo de morte.
O saber é ferramenta fundamental para a prosperidade de uma nação; para Lévy o principal motivo do declínio dos regimes comunistas foi a economia burocrática, que apesar de conseguir se manter até os anos 60, não foi capaz de adaptar as evoluções contemporâneas das técnicas e da organização do trabalho. O totalitarismo fracassa perante a cooperação das competências, é incapaz de inteligência coletiva.
Segundo Levy, competência, conhecimento e saber são os três modos complementares do negócio cognitivo. Toda relação humana implica em um aprendizado, essas experiências de vida compartilhadas são capazes de criar uma sociabilidade do saber.
A Wikipédia é um dos principais sites que exemplificam o conceito de inteligência coletiva atualmente, criada por Jimmy Wales e Larry Sanger em 2001, a enciclopédia online foi escrita de maneira colaborativa, hoje possui mais de 30 milhões de artigos, criados e editados pelos próprios usuários.
Cibercultura
Para Lévy, a tecnologia não é um ator autônomo separado da sociedade e da cultura, pelo contrário a técnica é ângulo de análise dos sistemas sócio-tecnicos globais, um ponto de vista que enfatiza a parte material e artificial dos fenômenos humanos, e não uma entidade real.
A tecnologia é muito mais complexa que uma relação de determinação, ela é condicionante e não determinante, uma técnica é produzida por uma cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas. Dizer que a técnica condiciona significa dizer que abre algumas possibilidades, que algumas opções culturais ou sociais não poderiam ser pensadas a sério sem sua presença.
Os smartphones e a internet móvel trouxeram novas formas de interação e conectividade. Tarefas como: pagar contas, fazer compras, trocar mensagens e buscar informações, atualmente podem ser feitas em poucos segundos e em qualquer lugar, apesar de não serem essenciais, os indivíduos acabam se adaptando a essa tecnologia.
O ciberespaço é um importante fator para o desenvolvimento da inteligência coletiva, mas é importante ressaltar que o crescimento do ciberespaço não desenvolve automaticamente a inteligência coletiva, na verdade algumas dessas redes podem ter efeito contrário, provocando o individualismo, isolamento, dependência, dominação e até mesmo a bobagem coletiva (rumores , dados sem qualquer informação, "televisão interativa").
As novas mídias digitais proporcionam um
cenário onde qualquer pessoa, com pouca instrução no mundo da informática,
consegue produzir e disseminar vídeos, imagens e outros conteúdos. Essa
possibilidade faz com que cada vez mais o consumidor participe de uma produção
midiática que, até algum tempo atrás, só chegava até ele de cima para baixo.
Hoje, o consumidor não só consome como também produz.
No livro "Cultura da
Convergência", Jenkins aborda a questão da “democratização da televisão” que,
segundo ele, é apenas uma retórica, resultado da convergência midiática e
“conduzida por interesses econômicos e não por uma missão de delegar poderes ao
público”. Um dos motivos desse recurso estar sendo usado pela televisão é o
fato da convergência estar sendo estimulada pelos consumidores que, por sua
vez, exigem que as empresas sejam mais sensíveis a seus gostos e interesses.
Porém, o autor salienta que quaisquer que sejam as motivações, a convergência
está mudando o modo como os setores da mídia operam e o modo como as pessoas
pensam sobre suas relações com o meio de comunicação. A questão, segundo ele, é
se o público está pronto para expandir a participação ou propenso a
conformar-se com as antigas relações com a mídia.
Reality shows como
American Idol, nos quais a decisão do público influencia diretamente no
andamento do programa, são exemplos da inclusão das “pessoas comuns” na
produção de mídia. O quadro “VC no MGTV” conta com a participação de
telespectadores que desejam mostrar um flagrante, um problema comunitário,
fazer alguma denúncia ou reclamação. No primeiro exemplo, a participação está
voltada para o entretenimento. No segundo, é possível observar uma apropriação
de maior cunho comunitário e social do espaço televisivo. O modo como se dá
essa apropriação é questionada por Jenkins, que na conclusão do livro diz: “Os
consumidores terão mais poder na cultura da convergência – mas somente se
reconhecerem e utilizarem esse poder tanto como consumidores quanto como
cidadãos, como plenos participantes de nossa cultura”.
No American Idol, o público pode escolher pelo seu candidato preferido.
A convergência estimula a participação e a
inteligência coletiva. Quando as pessoas têm acesso a diferentes máquinas,
consumindo e produzindo juntas, quando trocam informações e impressões, acabam
promovendo interesses comuns. As pessoas ainda estão aprendendo a utilizar esse
poder e ainda estamos lutando para definir em que condições nossa participação
será permitida (a relação entre fãs de Harry Potter e a Warner Bros. serve de
exemplo). No momento, essas habilidades de participação estão sendo aplicadas
ao entretenimento comercial por alguns grupos, porque os riscos são baixos e
lidar com a cultura popular é mais interessante do que com assuntos mais
sérios. Mas é possível verificar que esse poder pode ser aplicado ao ativismo
político, por exemplo.
A relação entre fãs de Harry Potter e a Warner Bros., estúdio que detém os direitos de Harry Potter para o cinema passou por turbulências na década passada. Esses fãs, crianças e adolescentes que tinham sites relacionados à história, foram notificados e algumas páginas foram fechadas. Em todo o o mundo, fãs de Harry Potter se uniram em processos contra a Warner e até uma organização, a Defesa Contra a Arte das Trevas foi criada com a intenção de unir os fãs em uma luta contra o estúdio. No final, a Warner teve que recuar e passou a ter uma política mais cooperativa com os fãs. Em uma ocasião, chegaram a patrocinar um evento organizado por fãs da saga na internet.
Quando olhamos a
imagem, percebemos que ela fala sobre drogas. Nesse caso, a droga escolhida foi
a Cocaína, porque esse tipo de droga é coloca em forma de carreira, e cheirada.
Com esse anúncio, fizeram uma associação com a carreira de trabalho. É ai então
que vemos o Pathos(emocional), que é quando lemos a frase “Não foi essa
carreira que seus pais escolheram para você”, relacionando a carreira feita
para cheirar a droga com a carreira de trabalho. Porque nenhum pai ficaria
feliz em ver seu filho como usuário dela.
Ao associarmos as frases
“Não foi essa carreira que seus pais escolheram para você” e “Qualquer tipo de
droga é uma carreira sem sucesso” com a imagem da menina usando a droga, é ai
que encontramos o Logos(argumento), onde tem um forte apelo emocional.
No final da imagem
temos a Logo, e é nela que percebemos que a propaganda se trata de uma casa de
recuperação de dependentes químicos. É uma instituição que tem o compromisso de
curar as pessoas do vício. Esse seria o Ethos(ética da empresa).
O KitKat, chocolate da marca Nestlémais vendido em todo o mundo é também conhecido por suas campanhas publicitárias. A agência JWT de Londres, criou para o chocolate a campanha "Break".
Baseada no slogan ''Have a break, have a Kit Kat''.(Faça uma pausa, coma um Kit Kat) a campanha veiculada na revista Rolling Stone é composta de três imagens que ilustram a proposta do produto. O argumento de fundo é como uma pausa na rotina tem o poder de mudar o seu dia, te convidando a comer um Kit Kat. As imagens seguem a mesma linha estética. Ambas são compostas de alguma situação desagradável,no centro há alguém alheio a tudo isso, desfrutando tranquilamente de uma barra de Kit Kat. O pathos está presente nas imagens uma vez que estas representam idealizações de momentos perfeitos em contraponto a acontecimentos ruins, apelando para o emocional.
“Voile de Parfum. La
sensualité mise à nu.” (Véu de perfume. A pura sensualidade.)
Ao
analisar as novas propagandas do perfume J’adore, da marca Dior, é possível
perceber o tempo todo um apelo à riqueza e à beleza feminina. Tanto nas
propagandas de TV como nas impressas, a cor dourada está presente para reforçar
esta ideia. A
garota propaganda do perfume é a atriz e modelo Charlize Theron. Esta traz ao
perfume um conceito de grandeza, importância e, é claro, beleza para o público
alvo, as mulheres. Além disso, um dos aspectos marcantes da marca(logos) é a
tradição. No filme lançado por ela, o local onde tudo se passa é o Castelo de
Versalhes, um dos ícones históricos europeus. A propaganda, também, mostra
grandes nomes da moda e dos mais altos patamares da sociedade artística. Por
ser uma marca francesa e por manter padrões específicos, ela continua
utilizando em seus anúncios a língua francesa, que além dessas características,
reforça a ideia do sensual, como é considerada por muitos. O
apelo emocional (pathos) está sempre na sensualidade da mulher, no modo de
andar e, principalmente, de olhar, assim como o ethos apela constantemente para
o compromisso com a beleza e riqueza dos que usam os produtos da marca. Basicamente,
a marca Dior e o perfume J’adore têm, atualmente, grande reconhecimento por
todo o mundo, então, suas propandas não necessitam de explicações, textos ou
formas de convencimento. A simplicidade se resume em uma fotografia ou imagens
que completam a propaganda com o nome do próprio perfume, J’adore, que em
português significa, “eu adoro”. Estas imagens conversam com o espectador ao
instigá-lo a querer ser como a garota da propaganda e assim, alcançar o sucesso
e poder como é passado à ele.
A
publicidade a ser analisada é do Volkswagen Tiguan, um carro do tipo
SUV, categoria formada por veículos grandes com tração nas quatro
rodas, feitos para a cidade e para locais de acesso difícil, sem
pavimentação (off-road). O Tiguan faz parte da linha Premium da VW
brasileira, composta por carros importados.
O
pathos do anúncio está no seu slogan "Novo Tiguan. É outra
categoria de off-road" e também na imagem: uma paisagem
natural, onde se situa o carro. Mas há algo de curioso: uma escada
de piscina junto à água, mais roupa de banho e chinelos na grama. A
intenção é estabelecer um comparativo da paisagem com o carro,
dizendo que com o Tiguan, é possível achar a natureza em locais
distantes dos centros urbanos, mas com conforto.
O
logos se encontra-se abaixo da imagem maior, com o texto que
apresenta as especificidades técnicas do carro (transmissão
automática, troca de marchas no volante, tração integral
permanente etc), além de imagens que mostram em detalhe outros
atributos técnicos do veículo.
O
ethos está presente no logotipo da montadora, no canto inferior
direito, e em seu slogan "Das Auto", que significa "o
carro", em língua alemã. Outro elemento baseado na
credibilidade da empresa é o selo de garantia de 3 anos após a
compra.
Dunlopillo
é uma empresa de colchões do Reino Unido existente desde 1929, é especialista
em produtos para descanso como travesseiros e colchões de Látex.
Nessa
publicidade é anunciado um modelo específico de colchão, o Avalon Dunlopillo. É
possível observar a presença do Pathos através a fotografia de uma mulher feliz
e acomodada no colchão. O fato de ela estar de braços abertos limita o seu
espaço, e esta seria a medida ideal para se sentir bem. Isto é, a fotografia
tem ligação direta com o texto “Feito sob medida para as noites dos seus
sonhos”, que é um argumento emocional. Além deste, há também o de que o colchão
está comprometido com o bom sono: “seu sono merece cuidado”.
A parte emotiva da
publicidade abrange todos os públicos que prezam por um sono e veem na imagem
conforto e realização. Ao olhar a mulher deitada, o tato é o sentido acionado,
com o objetivo de fazer as pessoas sentirem vontade de também deitar nos
colchões Avalon Dunlopillo.
O anúncio também trabalha com o Logos, ao mencionar
as utilidades oferecidas pelo colchão. Primeiramente, é apontado que é um
colchão feito de “100% de Látex Talalay”. E, após serem expostos os argumentos
emocionais, o texto segue com os benefícios do produto, são eles: mantém a
temperatura sempre agradável; não é você que se amolda ao colchão, é o colchão
que se amolda a você; melhor qualidade de sono para o casal quando um se mexe,
o outro não sente; inibe a proliferação de ácaros; alta durabilidade. Estes
argumentos foram escritos de forma simples e mostrados através das experiências
que as pessoas já sentem ao se deitar.
Em se tratando do argumento “não há
proliferação de ácaros”, é mencionado que foi uma conclusão de uma pesquisa
feita pela Universidade Leeds da Inglaterra. Para ilustrar o Logos, é mostrado
uma imagem do colchão e as medidas, para poder visualizar como ele é.
A
publicidade trabalha também com promoções, tanto no desconto do preço, quanto
na obtenção de brindes. Destaca também a forma de pagamento e onde pode ser
encontrado o produto. A logomarca e o slogan finalizam a leitura da publicidade
ao se situarem no canto inferior direito dela.
O anúncio publicitário em
questão é do sistema Park Assist da empresa Volkswagen. Para introduzir à
análise, é importante salientar que o sistema Park Assist é um item de controle
e segurança, presente em alguns automóveis, que facilita bastante o ato de fazer
balizas e manobrar o carro. Consiste num recurso que envolve câmera de ré
traseira, sensores dianteiros e computador de bordo, fazendo com que o sistema
quase dispense o trabalho do motorista.
O
logos e o pathos deste anúncio estão de certa forma interligados e o
representados na imagem pelo conteúdo implícito presente nela. Ao ilustrar um
porco-espinho enfileirado em meio aos sacos plásticos que abrigam os peixes, a
imagem ambienta e coloca em cena o argumento que a marca propõe apresentar, que
é a precisão e eficácia que o sistema Park Assist oferece aos seus usuários -
uma vez que, assim como qualquer deslize faria o porco espinho furar os sacos
que abrigam os peixes, qualquer tipo de ineficácia do sistema proposto causaria
transtornos ao motorista em questão. No entanto, o pathos é bem mais evidente.
Os argumentos bem estruturados do ponto de vista lógico-argumentativo, que
caracterizam o logos, seriam mais marcantes se a imagem não fosse de cunho
interpretativo e houvesse no anúncio detalhes mais precisos e diretos do
sistema, preferencialmente em linguagem verbal.
O
ethos está representado no slogan contido no canto inferior direito, ao lado da
marca, com os dizeres: "Precision Parking. Park Assist by
Volkswagen." ("Estacionamento preciso. Ajuda de estacionamento da
Volkswagen.") Os dois termos, que tiveram ênfase por constituírem frases
curtas e associadas, representa de forma simples a credibilidade e confiança
que a marca pretende oferecer ao público-alvo em relação ao sistema anunciado.
Quanto
aos mecanismos de persuasão utilizados pelo anúncio:
O
argumento emocional consistiria apenas na satisfação e comodidade que o leitor
sentiria ao ver os animais em contraste encaixados de forma harmônica,
associando-os à eficácia do sistema Park Assist. Ainda assim, não deixa de ser racional.
A
identificação seria alcançada de acordo com os meios que a marca escolhesse
para publicar o anúncio. Tratando-se de uma marca de carros e considerando o
público-alvo como adultos motoristas e adeptos de novas tecnologias, a
identificação seria mais facilmente atingida em revistas comuns - no Brasil,
Veja, Época, IstoÉ, por exemplo - e ainda mais facilmente em revistas
especializadas de automóveis.
A
intertextualidade consiste na metáfora construída na imagem, quando representa
com animais a situação cotidiana na qual se usaria o sistema anunciado.
A
presença do maravilhoso está sutilmente representado, se considerarmos esta metáfora e à ideia que ela
propõe de idealização do cotidiano.