domingo, 29 de junho de 2014

Os argumentos de Jenkins e uma diagnose da "Cultura da convergência"


A TV que precisa da gente


   Em uma sociedade onde as relações sociais são permeadas  pela tecnologia,a televisão acabou percebendo que precisava se aproximar mais de seu público.Com a popularização dos smarthphones,qualquer cidadão é capaz  registrar um acontecimento perante seus olhos e mostrar aos olhos do mundo aquilo que outras pessoas não conseguiram ver.Qualquer um é potencialmente um produtor ,contador e difusor de ideias e histórias.E é nesse ponto,que o autor Henry Jenkins se opõe.


   Para ele,em seu livro “A cultura da convergência”, a questão da “democratização da televisão” trata-se de uma retórica regada a interesses econômicos e sem o cerne de querer ser uma delegação de poder ao público.
Mas é importante notar  que esta via de mão dupla comunicacional possui tráfego intenso atualmente,já que não há mais só quem produz e só quem recebe informações.A tecnologia impulsionou essa corrente e ambos dependem mutuamente para que o processo comunicacional ocorra de maneira proveitosa e eficaz.

Programas de TV cuja participação do público é fator crucial nos rumos de sua produção ,como o emblemático “Você Decide” que foi um dos pioneiros nessa questão.Como a internet no Brasil na década de 1990 ainda não era tão difundida,os espectadores decidiam  o desfecho que a narrativa e os personagens  teriam em seu último bloco via telefone.

   Atualmente as emissoras de televisão precisam que o público interaja,mande vídeos,opine e questione sua programação.Sem a participação do público,a televisão teria um feedback mais lento e ocasionaria na rejeição deste público,que está cada vez mais à vontade para questionar,já que com a capacidade de também ser um produtor de conteúdo,sua literacia midiática,de certa forma,foi ampliada.
O fluxo  de informações por diversas plataformas de mídia  e essa convergência geram impacto nas relações entre as pessoas.É possível fazer um paralelo com a ideia de cultura participativa,onde há a possibilidade das pessoas estarem em contato em tempo real.As manifestações de junho de 2013,servem como exemplo de como  as redes sociais foram importantíssimas,para marcar um encontro entre as pessoas no mundo real em prol de um ideal.

   A tecnologia nos ajudou a formar a sociedade do espetáculo.Nós,como “detentores do poder” de uma informação,conseguimos ter quinze segundos de fama na televisão registrando algo acontecido, isso acaba criando interesses comuns,pois a foto ou o vídeo que gravamos podem virar meios de instaurar um debate na sociedade.Por exemplo,se flagrarmos uma cena de maus tratos a animais,postaremos na rede,isso gerará repercussão e providências serão tomadas,podendo haver  mais rigor na punição de quem agrediu um animal.
Este exemplo serve somente para ilustrar como temos uma verdadeira arma nas mãos.E esse poderio só vale a pena se usarmos ao nosso favor.Está aí a grande defesa e o grande argumento de Jenkins sobre a cultura da convergência.



Victor Ferreira.

3 comentários:

  1. Ótimo post, Victor!! Conseguiu articular bem as ideias de Jenkins com exemplos práticos!

    Só atenção para uns errinhos de escrita:

    "Para ele,em seu livro “A cultura da convergência” a questão da “democratização da televisão”" - há um vírgula depois do título do livro;

    "Este exemplo,serve somente para ilustrar como temos uma verdadeira arma nas mãos.E esse poderio,só vale a pena,se usarmos ao nosso favor." - Não há virgula depois de "exemplo" nem separando "só vale a pena" do restante da frase (antes e depois).

    :D

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  2. * há uma vírgula (escrevi "um vírgula" no primeiro comentário;

    "Para ele, em seu livro" - o ele, a vírgula e o em estão grudados!

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