quinta-feira, 15 de maio de 2014

Análise da crítica "A barca furada de Noé"


O filme Noé obteve destaque pela polêmica que causou e foi muito criticado por sites e revistas. Uma destas críticas é a de José Geraldo Couto, publicada no blog do Instituto Moreira Salles. Couto é jornalista, crítico de cinema e publica em diversos sites, incluindo seu espaço pessoal no portal da Folha de São Paulo. 

Na crítica intitulada 'a barca furada de Noé', Couto inicia com uma ironia ferrenha contra a indústria cinematográfica. Passado esse primeiro posicionamento, o autor faz um panorama histórico dos filmes épicos bíblicos e afirma, ao citar Benedetto Croce, que o filme Noé tem características da indústria contemporânea. 

Parte então para a crítica quanto a perda de conteúdo do filme em detrimento da excessiva preocupação com efeitos, ou seja, a espetacularização que a indústria hollywoodiana promove. Ao fundamentar esta opinião, Couto faz uma série de comparações com outras obras bíblicas para justificar em quais elementos o filme é fraco. Por fim, o autor utiliza outra vez a ironia ao comparar uma cena no filme com o que chama 'sentimentalismo de novela do SBT'. 

O texto analisado cumpre algumas premissas básicas que Eduardo Cintra Torres propõe que seja a crítica. A primeira delas seria a utilização do que chama 'sofisticadas ferramentas de análise', neste caso, a comparação com outras obras e o embasamento da opinião em autores especialistas. Cumpre assim o papel do crítico em esclarecer algo que escapa ao espectador e em função da 'melhoria da disciplina na qual se insere'. Ao fugir do lugar comum fazendo uma crítica provocativa, Couto desconstrói a ideia de deslumbramento por filmes com efeitos digitais precisos e a perda do conteúdo, alertando para um problema que o cinema industrial está enfrentando. 



1 comentário:

  1. o correto é: quanto à perda de
    análise'. Neste caso, a comparação
    Muito bom trabalho!

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