quarta-feira, 14 de maio de 2014

Análise da crítica do CinePOP ao filme "Divergente"

       
      Pablo Bazarello, publicitário e crítico de cinema, faz uma rasa análise de conteúdo na crítica ao filme "Divergente". O subtítulo da mesma já revela de forma clara seu posicionamento sobre a obra e como ele irá estruturar a análise: "Divergente não diverge muito do que é visto no subgênero". 
      Talvez o leitor que esteja interessado em uma crítica mais direta e voltada para o conteúdo da obra se sinta desinteressado e desmotivado, não só pelo subtítulo como pelo fato de o autor focar no filme apenas no quarto parágrafo. Ainda assim, sendo um foco raso e uma básica sinopse que não acrescenta mais do que o trailer do filme ou a sinopse presente nos cinemas.
      Mesmo sendo um texto de leitura descontraída e acessível, a estrutura escolhida pelo autor é um pouco confusa e não linear, uma vez que o mesmo transita entre o conteúdo do filme, os atores, o diretor e a escritora do livro adaptado, às vezes focando em um aspecto, mudando para outro e novamente voltando para o anterior. Essa seleção acaba tornando o texto pouco atraente, já que a intenção do leitor é se informar mais sobre a obra e a crítica em si, e Bazarello parece apresentar apenas "flashes" dos temas, deixando a desejar. Por exemplo, o autor não cita em momento algum sobre as atuações, a trilha sonora, os efeitos especiais e a fotografia do filme.
      O autor não lança mão de muitas críticas ao filme em si, a não ser quando afirma que a narrativa seria muito lenta e que o final teria se desenvolvido de forma extremamente apressada, inclusive sem deixar "pontas soltas" (afinal o filme terá uma continuação), o que para ele teve o efeito inverso do filme "Jogos Vorazes". Não há apontamento de soluções, mas há a ideia implícita de que o filme poderia ter se desenvolvido de forma mais fragmentada para atrair o espectador a consumir os próximos produtos. 
     Por esse motivo, essa crítica parece transitar em um meio híbrido, sem ser apenas positiva ou apenas negativa. Não há muitos argumentos, a não ser o principal com relação ao terceiro ato, o que não apresenta um novo ponto de vista ao leitor, uma vez que é evidente que o final realmente apressa a história e não oferece uma ânsia por uma continuação. Não há também propostas evidentes de soluções possíveis, e nem tampouco oferece uma reflexão sobre um tema tão importante como o retratado no filme (a ideia de sociedades distópicas). O autor também parece denegrir a escritora do livro adaptado ao fazer suposições sem conhecimentos prévios da obra original, de que a "culpa" da narrativa lenta poderia se dar pela própria estrutura do livro, além de se referir a escritora como "a menina autora" (por ser jovem) e que teria repetido os moldes de best-sellers infanto-juvenis como Harry Potter e Jogos Vorazes.Nesse momento, é possível perceber a opinião pessoal do autor. Também não há um foco específico no criador, na obra ou no conteúdo.
    Bazarello oferece uma reflexão fora do conteúdo do filme ao tecer comentários acerca de como o cinema hollywoodiano vem se desgastando com inúmeras e às vezes cansativas adaptações, sem contar com a febre dos super heróis, embora não descarte a ideia de que se as obras forem boas, esse desgaste pode ser relevado. Entretanto, essa reflexão não entraria na crítica em si do filme, uma vez que analisa o cinema em geral, deixando o leitor sem muito a pensar sobre o produto analisado em si.
     De qualquer forma, Pablo comenta que o filme é interessante a ponto de ser recomendável, e que chega a surpreender nossas expectativas inicias. Apesar de oferecer críticas rasas e informações rápidas e superficiais, o autor consegue agradar e atrair o leitor, no momento em que compara a adaptação com outras obras do mesmo público alvo e consegue atingir um equilibro de opinião, sem gerar muitos extremismos e desagradar por exemplo o espectador que tenha admirado o filme em questão.


    
        
    
    
     
        
       

1 comentário:

  1. correções:
    O subtítulo já revela

    uma vez que transita

    Vorazes. Nesse momento,

    o autor consegue agradar e atrair o leitor no momento em que compara a adaptação com outras obras destinadas ao mesmo público alvo e consegue atingir um equilibro de opinião, sem gerar muitos extremismos e desagradar, por exemplo, o espectador que tenha admirado o filme em questão.

    Boa reflexão

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