quinta-feira, 15 de maio de 2014

Análise do texto crítico "Assistir não é confiar" de Nirlando Beirão

Publicado em 14/05/2014
Por Daisy Cabral

Ilustração da crítica de Nirlando Beirão.

A crítica analisada é “Assistir não é confiar”, de Nirlando Beirão (colunista e editor especial da seção QI da revista Carta Capital) disponível aqui. O assunto criticado é a pesquisa realizada pelo Ibope por incentivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, cujo resultado mostra que apenas três por cento da população brasileira não assistem televisão cotidianamente.

Beirão discorre acerca da pesquisa de forma irônica e com certo tom de humor. Como se o resultado não pudesse explicar grande coisa ou fosse óbvio.

“Querendo ou não, a tevê é o xodó midiático dos brasileiros. Parece uma revelação tã
Caricatura de Nirlando beirão,
disponível no site da revista
Carta Capital
o antiga quanto os suspensórios do Jô Soares, tão óbvia como a pauta do Jornal Nacional, tão repetitiva quanto um comentário da Miriam Leitão.” (Nirlando Beirão)

O colunista conclui relatando que embora “todos” assistam TV, não significa que confiem ou que gostem. E defende sua opinião (bem clara no texto) de que a mídia impressa é mais confiável.


Criticando a crítica

Como define Eduardo Cintra Torres em Ver Televisão (1998, 1ª edição), criticar é “apreciar, analisar, compreender” (pág.9), nesse quesito creio que Nirlando Beirão tenha se saído bem, ou melhor, razoável. Ele não aprofunda muito nas razões do resultado da pesquisa, no por que dos brasileiros são tão “ligados” à televisão, mesmo não gostando, falando mal da programação, estão lá, em frente ao sofá todos os dias. Mas de certa forma, ele analisa a situação.

Idealmente um crítico não deveria expor suas crenças ou opiniões ao escrever, uma tarefa comprovadamente impossível, tanto que Cintra Torres conclui “O que deve realmente ficar de fora da crítica são as opiniões pessoais... sobre as pessoas.” Em “Assistir não é confiar” não há nenhuma crítica a pessoas e sim ao objeto analisado, audiência e programação de televisão.

A base científica que Beirão usa para estruturar sua crítica é a própria pesquisa do Ibope: “Entre confiar e desconfiar da notícia de tevê, dá empate técnico: 49% a 51%.”  
Em suma, a crítica analisada é direcionada a um leitor que faz parte dos 97%, que amando ou odiando, não consegue sair de frente da “telinha”.

1 comentário:

  1. atenção na gralha: tã o
    correção da frase: crítica às pessoas, mas ao
    frase mal construída:
    Ele não aprofunda muito as razões do resultado da pesquisa, o fato dos brasileiros serem tão “ligados” à televisão, pois mesmo não gostando e falando mal da programação, eles estão em frente à televisão todos os dias. Porém, de certa forma, ele analisa a situação.

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