sexta-feira, 16 de maio de 2014

Análise da crítica de Maurício Stycer sobre a novela “Além do Horizonte”




Maurício Stycer começa a crítica afirmando que Além do Horizonte foi a novela das 7 com menor índice de audiência e questiona: “Foi um fracasso porque era ruim ou porque apresentou algo inesperado e indesejado pelo público deste horário?”. O crítico defende a ideia de que Além do Horizonte não fez sucesso no Ibope porque quebrou padrões com os quais o telespectador está acostumado, mas, para ele, essa ruptura traz benefícios tanto para a produção televisiva, como para o público, que ganha variedade – algo cada vez mais difícil de ser encontrado na “telinha”. Para reforçar esse argumento, ele cita a fala de Marcos Bernstein, um dos autores: “A gente provou que é possível fazer além da comédia. É mais uma alternativa para o horário. É bom tanto para autores, que podem criar em outro gênero, quanto para o público que tem uma alternância. Tem espaço para comédia, romance, aventura… É bom ter variedade.''.

Stycer propõe uma “reflexão menos simplista” sobre o resultado do Ibope. Ele sugere ao leitor que pense em títulos de qualidade inferior e que tiveram maiores índices de audiência e, assim, argumenta que audiência não é sinônimo de um bom produto televisivo. Ao fazer o leitor pensar em exemplos, ele cria uma interação que acrescenta certa intimidade e dinamicidade. Isso também pode ser percebido pela linguagem fácil e direta do texto, construído em primeira pessoa e dirigido ao público comum.


O crítico elogia a novela como um todo, comentando boas interpretações, roteiro e, principalmente, a inovação dos autores, mas não se aprofunda muito nas questões técnicas. A crítica pode ser considerada positiva, pois seu principal objetivo é levantar questões importantes sobre a programação da TV, cada vez mais padronizada, com formatos sempre iguais. E, principalmente, a cobrança do público, através dos índices de audiência, que condiciona a programação à mesmice. “Mas espero, em 2014, que a reação negativa não influencie outras decisões ousadas e necessárias, seja da própria emissora, seja das suas concorrentes."


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