Atualizado! Néstor García
Canclini é um professor e antropólogo argentino contemporâneo. O seu trabalho
tem como foco principalmente a cultura e a pós-modernidade através do ponto de
vista latino-americano. É considerado um dos mais importantes em comunicação, cultura
e sociologia da América Latina.
Em seu livro “Consumidores
e Cidadãos” ele discute sobre as relações entre consumo e cidadania a partir da análise
cultural perante os processos de globalização. Se apresenta como uma
investigação sobre como as mudanças na
maneira de consumir alteram o exercício da cidadania, notando
que a maioria das perguntas dos cidadãos são respondidas mais pelo consumo
privado de bens e dos meios de comunicação de massa do que pelas regras da
democracia ou da participação coletiva em espaços públicos.
Um dos pontos mais
abordados no seu livro é o significado de consumo, mas não o seu significado
teórico, mas como esse consumo é abordado na prática. Ele diz que: “O consumo é
o conjunto de processos socioculturais em que se realizam a apropriação e os
usos dos produtos”. Ou seja, é nesse
jogo entre desejos e estruturas que tanto as mercadorias e o consumo servem
também para ordenar uma sociedade politicamente. O consumo é um processo em que
os desejos se tornam demandas e atos sociais regulados.
No capítulo “Narrar o
Multiculturalismo”, Canclini sugere uma discussão sobre o estado atual do
multiculturalismo e o seu funcionamento. Ele diz que a cidade o interessa não
só como objeto de conhecimento, mas também como cenário onde se imagina e se
narra. E por conta de globalização, as cidadãs atuais não podem ser narradas ou
descritas como antigamente. E é nesse momento que ele nos apresenta o conceito
de “flaneur”, que seria percorrer itinerários urbanos como um modo de se
entreter associado à espetacularização no consumo.
Um exemplo de consumo simbólico é o consumo de marcas
consideradas ‘famosas’. Não há um consumo pelo produto real e muitas vezes, nem
pela qualidade dele, mas sim pelo que aquela aquisição vai trazer para a pessoa
na vida social e cotidiana. Que tipo de status aquele produto pode proporcionar
para a pessoa e hoje em dia é cada vez mais comum ver pessoas, principalmente
jovens, consumindo simbolicamente esse ‘status’ da marca.
Para
muitos, ter certo produto de certa marca pode os elevar a outro patamar, a um
andar superior na escada para o alcance do sucesso. E mais uma vez, o consumo
se torna um processo sociocultural e também se torna uma forma de espetáculo.
Mais ninguém consome para si mesmo, as pessoas consomem para o outro, para
obter aprovação do que ou de quem elas consideram superiores.
Oi, Luiza! A parte teórica do texto está bem estruturada! Só acho que você poderia falar um pouquinho mais de como se dá esse consumo simbólico, talvez até mesmo pegando carona na imagem que você postou.
ResponderEliminarO que essas marcas representam para quem as consome e também para quem não as consome? Há a formação de grupos simbólicos a partir de um possível consumo simbólico? Como se dão as relações de pertencimento através do consumo?
No mais, bom trabalho! :D
Bacana, Luiza! :D
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