A Cultura da Internet por Manuel Castells

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Manuel Castells Oliván, nascido em 1942, é um sociólogo espanhol de grande importância da atualidade, autor de livros como “A Sociedade em Rede” e “A Galáxia da Internet”, que discute o conceito de capitalismo informacional e estuda o papel das novas tecnologias e suas consequências na vida em sociedade.

No livro “A Galáxia da Internet”, em uma clara alusão à “Galáxia de Gutenberg” de McLuhan, Castells expõe as quatro camadas da cultura da internet que são: tecnomeritocrática, hacker, comunitária virtual e empresarial.

Tecnomeritocrática: onde a importância está no conhecimento e no aperfeiçoamento das tecnologias e seus avanços.

Hacker: se baseia na liberdade, na cooperação, na reciprocidade e na informalidade. Foi de grande importância na construção da internet.

Comunitária virtual: foram os primeiros usuários de redes de computadores que criaram essas comunidades onde reinava a livre expressão e a formação autônoma de redes.

Empresarial: se difundiu na Internet, e suas ideias inovadoras aparecem como valores essenciais. A cultura empresarial tem como fundamento: abrir espaço para ao know-how tecnológico para obter retorno financeiro.

A cultura da internet é a cultura dos criadores da internet. Essas quatro camadas deram forma a internet, e o autor conecta todas elas: "A cultura empresarial trabalha, ao lado da cultura hacker e da cultura comunitária, para difundir as práticas da internet em todos os domínios da sociedade como um meio de ganhar dinheiro. Sem a cultura tecnomeritocrática, os hackers não passariam de uma comunidade contracultural específica de geeks e nerds. Sem a cultura hacker, as redes comunitárias na internet não se distinguiriam de muitas outras comunidades alternativas. Assim como, sem a cultura hacker e os valores comunitários, a cultura empresarial não pode ser caracterizada como específica à internet”.

Outro ponto avaliado é o surgimento das novas formas de interação social com a utilização da internet em escala global. São citados perigos em torno de um possível isolamento do sujeito para com sua comunidade e suas relações sociais e o aumento das ‘fantasias’, onde o sujeito ignora a realidade para se refugiar na vida on line. Mesmo existindo situações como estas, o autor não generaliza seus efeitos e aponta dificuldades em alcançar conclusões definitivas.

O individualismo é bastante presente na rede e é uma via de mão dupla: afasta e aproxima as pessoas. Mas a internet possibilita que os indivíduos expressem livremente suas opiniões e também o compartilhamento recíproco de conhecimento e conteúdos. O crescimento das redes sociais, como blogs, Facebook, Twitter, Youtube, entre outros, mantêm uma transação constante em meio aos relacionamentos pessoais e de negócios e na formação de identidades.